O Transtorno de Ansiedade Generalizada é um transtorno que apresenta características de medo e ansiedade excessivos com perturbações comportamentais a este relacionados.
Ele se diferencia da ansiedade normal da espera, de torcer por algo, de temer algo a ser realizado no dia-a-dia e que causa certa apreensão ao indivíduo. Esta ansiedade é normal e acontece na rotina de todos, sendo inerente à própria condição humana.
A ansiedade como doença incapacita a pessoa de viver sua vida cotidiana, paralisando-a e causando-lhe prejuízos e sofrimentos.
O medo é a resposta emocional a uma possível ameaça iminente real ou percebida e a ansiedade é a antecipação de uma possível ameaça futura.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada apresenta como características principais a ansiedade e a preocupação persistentes e excessivas acerca de vários assuntos, as quais o indivíduo encontra dificuldade em controlar. Além disso, são experimentados sintomas físicos, incluindo inquietação ou sensação de “nervos à flor da pele”, fadiga excessiva, dificuldade de concentração, sensação de “ter brancos”, irritabilidade, tensão muscular e perturbações do sono.
Os sentimentos geralmente repercutem na voz, na respiração e na postura do cliente. Uma pessoa sofrendo um episódio de ansiedade generalizada dificilmente consegue controlar o que sente. Muitas vezes não consegue diferenciar o que está sentindo de um ataque cardíaco ou até mesmo de um AVC.
O individuo com sintomas de ansiedade precisa entender o processo pelo qual está passando e descobrir a melhor maneira de lidar com ele. Mudar o que pode ser mudado, aceitar o que não pode e saber diferenciar ambos. Para isso é indispensável que procure orientação profissional médica e psicoterapêutica.
Os sintomas geralmente sinalizam o desequilíbrio de algum aspecto da vida do cliente com o qual ele não está apto a lidar. Esse desequilíbrio, essa ansiedade, reverbera em seu corpo, extravasando como uma válvula de escape, o que não pode mais ser contido.
No que diz respeito à condução clínica do transtorno de ansiedade generalizada, o médico auxilia no tratamento medicamentoso, quando necessário, para amenizar os sintomas, e o psicoterapeuta trabalha, não com o sintoma, mas com o que o levou a surgir, seu significado e o que este representa na vida do cliente.
Como a vida precisa ser vivenciada com todas as alegrias e dificuldades que nela possam surgir, o sofrer, em algum momento, pode vir a fazer parte do caminho. O estado ansioso excessivo não é saudável e causa muito sofrimento. Médico e psicoterapeuta dispõem de instrumentos e técnicas para juntamente com o cliente caminharem em busca de uma vida mais funcional e saudável que possa ser vivida de forma mais plena e feliz.
A doença não diz quem somos e nem o que somos. Não nos caracteriza como pessoas. O mais importante de um sintoma não é ele em si, mas seu significado para a pessoa que o sente. Somos muito além do que um diagnóstico. Somos um processo de vir a ser contínuo, num mundo de infinitas possibilidades.
Por Manuela Gama Lobão, Psicóloga