Enxaqueca na infância e adolescência
A dor de cabeça é um dos sintomas mais comuns na espécia humana, inclusive em crianças e adolescentes. A enxaqueca é a causa mais comum de dor de cabeça crônica também na infância e adolescência.
De forma geral, os critérios diagnósticos da enxaqueca na infância seguem os mesmos de adultos e, segundo a Classificação Internacional de Cefaléias de 2004, são:
A. Pelo menos cinco ataques preenchendo os critérios B-D;
B. Crises perdurando por 1 a 72 horas (não tratadas ou tratadas sem sucesso);
C. A cefaléia tem, no mínimo, duas das seguintes características:
1- Localização unilateral;
2- Caráter pulsátil;
3- Intensidade moderada ou grande;
4- Agravada por subir degraus ou atividade física similar;
D. Durante a cefaléia há, no mínimo, um dos seguintes sintomas:
1- Náuseas ou vômitos;
2- Foto e fonofobia;
3- História clínica, exame físico-neurológico e/ou exames complementares afastando causas secundárias.
Na infâncias, as particularidades da enxaqueca são a curta duração das crises, a ocorrência de várias crises em um mesmo dia, unilateralidade menos marcante, menor intensidade de náuseas e vômitos, caráter pulsátil mais marcante e menos relato de dor abdominal associada ás crises de dor de cabeça.
O termo "síndrome periódica da infância" foi proposto para descrever algumas manifestações que ocorrem de forma recorrente e transitória na infância, sem causa determinada, que podem persistir na vida adulta como enxaqueca, entre elas: febre de origem desconhecida, vômitos, dor abdominal e dor de cabeça.
É importante a identificação tanto da enxaqueca clássica como dos sintomas de "síndrome periódica da infância" na infância e adolescência, para se fazer um diagnóstico preciso e iniciar-se o tratamento da enxaqueca de forma sintomática ou profilática, dependendo do caso e avaliação do especialista, o quanto antes.
Fonte: Enxaqueca na infância e adolescência: Atualização no diagnóstico e tratamento. Marco Antônio Arruda, Revista Brasileira de Medicina, Mar/Abr 09, v. 45, n. 2.