Derrame Cerebral em Jovens
A ocorrência do derrame cerebral aumenta com o passar a idade, porém, os derrames cerebrais em jovens também são devastadores devido a perda de anos de vida produtivos e o alto impacto nesta fase da vida do paciente.
Considera-se derrames cerebrais em jovens quando ocorrem em pacientes com menos de 45 anos de idade. Algumas causas de derrames cerebrais são mais frequentes em pessoas com menos de 45 anos de idade do que em idosos, sendo necessário conhecer-se e combater-se essas causas quando se lida com derrames cerebrais em pacientes jovens.
Os derrames cerebrais podem ser de causa isquêmica ou hemorrágica, sendo a causa isquêmica a mais comum. Os fatores de risco para doenças vasculares são importantes na origem dos derrames cerebrais. Dentre esses fatores de risco, os mais comuns são a hipertensão arterial sistêmica, diabetes, tabagismo, etilismo, doenças cardíacas e as dislipidemias. Todavia, em pacientes jovens com derrames cerebrais, outras condições devem ser consideradas como: uso de drogas ilícitas, a enxaqueca com aura, o uso de contraceptivos orais, a síndrome do anticorpo anti-fosfolípide, a presença de forame oval patente, as coagulopatias, a anemia perniciosa, as doenças reumáticas, a trombose venosa cerebral, as arteriopatias não-ateroscleróticas, aneurismas cerebrais, malformações vasculares cerebrais, vasculites, infecções, HIV, quimioterapia, radioterapia e tumores.
O uso de contraceptivos orais por mulheres aumenta o risco de derrames cerebrais de 2 a 5 vezes. Contudo, os anticoncepcionais com baixas doses de estrogênios são mais seguros. As mulheres que fumam e que possuem enxaqueca com aura têm maiores chances de desenvolverem derrames cerebrais. Ainda em se tratando de mulheres, o período de puerpério está relacionado com maior ocorrência de derrames cerebrais.
Doenças do coração também estão relacionadas com maiores chances de se desenvolver derrames cerebrais. Dentre elas, as mais frequentes são as doenças da válvula mitral, cardiopatia reumática, as cardiomiopatias como a que ocorre na doença de Chagas, o abuso de álcool, a fibrilação atrial e o infarto agudo do miocárdio.
Por essas razões, pacientes jovens que apresentam derrames cerebrais devem ser avaliados e conduzidos de uma forma diferente dos pacientes idosos. Doenças estruturais e condições sistêmicas devem ser exaustivamente pesquisadas e tratadas nestes pacientes.